Os rumos do jornalismo no século 21

Os rumos do jornalismo no século 21 é o tema central do programa, que terá como convidado o professor José Marques de Melo, presidente da comissão do MEC.

Ele vai esclarecer sobre as novas normas e diretrizes curriculares dos cursos de jornalismo.

Entre outros assuntos, o programa vai discutir sobre a liminar que desobriga o diploma para o exercício da profissão, a ser julgada em breve pelo Supremo Tribunal Federal, e sobre a regulamentação profissional para os jornalistas pelo Ministério do Trabalho. O programa traz ainda duas questões propostas pela Comissão do Ministério da Educação: qual o perfil desejável do profissional do jornalismo e quais as principais competências a serem adquiridas durante a graduação?

O professor José Marques vai falar também sobre o seu último livro "Vestígios da Travessia: da Imprensa à Internet". Nele estão narradas as memórias de sua trajetória, desde as leituras que lhe despertaram a vocação para o jornalismo, até o profundo mergulho nas atividades acadêmicas, às quais se dedica até hoje, ocupando atualmente o cargo de professor titular da cátedra Unesco de Comunicação Social, na Universidade Metodista de São Paulo.

Alunos, professores e coordenadores de jornalismo fizeram parte da plateia desta edição especial do Rede Mídia, ancorado pelo jornalista José Eduardo Gonçalves. A segunda parte do programa será exibida na semana seguinte, no dia 6 de abril.

Sobre o tema

O interesse de professores e alunos da área de jornalismo em discutir a regulamentação profissional se deve não apenas à recente polêmica em torno do fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão, mas também à necessidade de se resgatar o sentido mais profundo da trajetória de nossa profissão na sociedade brasileira.

A elaboração de um documento próprio para o jornalismo chega num momento delicado para a profissão. A convergência de mídias e as transformações da sociedade deram maior complexidade ao jornalismo, tornando o modelo atual completamente ultrapassado. Segundo o diretor editorial da Folha de São Paulo, Otávio Frias Filho, "há uma distância abissal entre o que oferecemos e o que deveria ser oferecido".

Além disso, devem ser levadas em conta as peculiaridades do jornalismo no Brasil, onde o desenvolvimento da profissão e a consolidação do perfil da categoria foram estimulados e reforçados após a instituição da obrigatoriedade do diploma, em curso específico de nível superior, fixada em 1969 e em vigor desde 1971.